segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Almeirim na história da Marcha Atlética em Portugal

A marcha em Almeirim em 1976.
Montagem: O Marchador
Perfaz hoje 40 anos desde que, a 14 de novembro de 1976, Almeirim recebeu a «Grande Marcha Atlética», que contou com a participação de muitos especialistas e curiosos da especialidade que, então, dava os primeiros passos em Portugal, sob o impulso de Aires Denis, inspirado pelo seu colega de trabalho da empresa Telemec, no Prior Velho, o francês Raymond Ysmal.

Um ano antes, tinha sido constituída a primeira Comissão Dinamizadora de Marcha, integrada na Associação de Atletismo de Lisboa, na qual integraram Aires Denis, Raymond Ysmal, Carlos Andrade, António Denis e Ana Maria.

Sobretudo os distritos de Lisboa e Santarém são o alvo privilegiado da referida Comissão que leva a marcha atlética a povoações como Oeiras, Queluz, Magoito, Alhandra, Póvoa de Santa Iria, Santa Iria de Azóia, Vila Franca de Xira, Almeirim (recebera a primeira jornada de divulgação a 17 de junho daquele mesmo ano de 1976), e a própria Santarém.

Nessa época, sob o forte impulso de Francisco Assis (um meio-fundista do Benfica e monitor da então Direção-Geral dos Desportos), os jovens atletas benfiquistas dominam o panorama da especialidade, a par de Carlos Albano, da Casa de Pessoal da Empresa Nacional de Urânio, na Urgeiriça.

As provas de marcha atlética tiveram lugar na parte da manhã e destinavam-se a atletas de qualquer escalão, com distâncias de 1 km a 10 km. A organização esteve a cargo do CADCA - Centro Amador Desporto Cultura de Almeirim e contou com a colaboração técnica da equipa de especialistas da AAL. O melhor marchador da época na região de Almeirim, era José António Flor, que representou o referido clube de Almeirim.

Um curioso relatório dirigido pela Comissão de Marcha do Sport Lisboa e Benfica à direcção da Secção de Atletismo do clube pormenorizava as despesas efectuadas com a presença de oito atletas (Luís Dias, José Pinto, José Dias, David Santos, Isabel Fernandes, António Rosa, João Lima e Ramiro Fernandes), um delegado (Francisco Assis) e um motorista na jornada competitiva. Aí se podia ler que nas portagens de Sacavém e de Vila Franca de Xira se tinha pago, respectivamente, 5$00 e 12$50. Pelas refeições das dez pessoas tinham sido gastos 868$00, pelo que o total da despesa ascendia a 885$50 (na moeda actual seriam cerca de 5 euros). O relatório ia assinado pelo treinador Francisco Assis.